2025: O Ano Internacional das Cooperativas e o impacto para Blumenau

Em um reconhecimento global ao papel fundamental das cooperativas no desenvolvimento socioeconômico, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2025 como o Ano Internacional das Cooperativas. Esta é a segunda vez que a entidade faz tal designação – a primeira ocorreu em 2012 –, destacando o cooperativismo como um modelo eficaz para enfrentar desafios sociais, econômicos e ambientais.

Para as cooperativas de Blumenau, essa nomeação representa uma oportunidade de fortalecer a atuação junto aos cooperados e às comunidades locais. De acordo com Cinara Torquato Dickmann, vice-coordenadora do Núcleo de Cooperativas da Associação Empresarial de Blumenau (Acib), o momento é ideal para divulgar os benefícios e diferenciais do sistema cooperativo. “É uma chance de mostrar como o cooperativismo promove inclusão social, sustentabilidade e justiça social, além de ser uma alternativa sólida para o crescimento econômico”, afirma.

Fortalecimento e impacto econômico

A visibilidade gerada pelo Ano Internacional das Cooperativas permitirá que o setor expanda sua presença no Brasil, atraindo novos cooperados e desenvolvendo projetos de responsabilidade social. Cinara destaca que a data pode servir de incentivo para a criação de estratégias de divulgação do modelo cooperativo, ressaltando sua competitividade e impacto positivo.

As cooperativas desempenham um papel essencial na economia local e nacional. Em Blumenau, o cooperativismo se destaca em diversos setores, como crédito, saúde e transporte. Juntas, as cooperativas que fazem parte do Núcleo da Acib somam mais de 430 mil cooperados, atendidos por 56 unidades. “Somente em 2023, atingimos R$ 9,8 bilhões em ativos administrados e R$ 2 bilhões em receitas totais”, explica Cinara.

Cooperativas como reguladores de mercado

Além da geração de empregos, as cooperativas desempenham um papel fundamental na regulação do mercado. No setor financeiro, por exemplo, a presença das cooperativas permite a oferta de taxas mais acessíveis aos cooperados. “Diferente dos bancos tradicionais, onde o lucro é direcionado para acionistas, nas cooperativas os resultados positivos são compartilhados entre os associados, promovendo um desenvolvimento econômico mais justo e sustentável”, destaca Cinara.

Desafios e perspectivas para o futuro

Apesar dos benefícios, as cooperativas de Blumenau ainda enfrentam desafios, como a necessidade de conscientizar a comunidade sobre a importância do cooperativismo e seus impactos positivos. “Muitas pessoas ainda não compreendem que, ao fazer parte de uma cooperativa, elas são donas do negócio e participam dos resultados. Diferentemente dos bancos, que enviam seus lucros para acionistas, as cooperativas distribuem seus ganhos entre os associados e reinvestem na própria comunidade”, pontua Cinara.

Em celebração ao Ano Internacional das Cooperativas, o Núcleo de Cooperativas da Acib já planeja uma série de ações para 2025. Entre as iniciativas, destacam-se uma campanha de arrecadação de alimentos no primeiro semestre e uma feijoada beneficente no segundo semestre, ambas destinadas a entidades sem fins lucrativos da região.

Inovação e adaptação tecnológica

Outro fator que vem transformando o cooperativismo é a digitalização dos serviços. Segundo Cinara, as cooperativas têm se adaptado às novas tecnologias para melhor atender seus cooperados, oferecendo soluções tanto no ambiente digital quanto no presencial. “A tecnologia amplia as possibilidades de relacionamento com os cooperados e facilita o acesso a produtos e serviços de forma personalizada”, comenta.

Um modelo para o futuro

O cooperativismo, que surgiu em 1844 na Inglaterra para garantir condições mais justas na compra de alimentos, continua sendo uma solução viável para setores emergentes da economia. Cinara reforça que o modelo cooperativo se baseia na união das pessoas em prol de um objetivo comum, promovendo ganhos coletivos e fortalecendo a economia local.

Com a chancela da ONU, 2025 promete ser um ano de crescimento e consolidação do cooperativismo, reforçando sua importância como alternativa sustentável e justa para o desenvolvimento social e econômico.